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Você sabe o que é endividamento saudável?

Por: Plastika
1 de abril de 2021 | Tempo de leitura 10 minutos

Texto alternativo de exemplo

A falta de crédito na praça dificulta e até impossibilita uma série de ações do dia a dia. O endividamento assusta e com razão.

Mas existe um conceito chamado: endividamento saudável, utilizado para medir a dependência de capital de terceiros. É um conceito muito importante para a educação financeira.

Um exemplo disso é que gestores de pequenas, médias e até grandes empresas utilizam de forma inteligente o crédito para conseguir capital de giro, por exemplo.

Neste conteúdo, vamos explicar o conceito de endividamento saudável e apresentar duas fórmulas para calcular a incidência das dívidas em relação aos ativos e prazos de curto ou longo prazo. Isso ajudará no planejamento para a decisão de tomar crédito e também a entender melhor sua realidade financeira.

 

 

Endividamento saudável: uma forma inteligente de tomar crédito

Endividamento saudável nada mais é do que planejar a tomada de crédito, de forma que as parcelas não sobrecarreguem o orçamento mensal e, no futuro, torne-se lucro ou benefício.

Dessa maneira, podemos dizer que esse conceito trata de usar o dinheiro obtido por meio de um empréstimo com um objetivo que trará uma vantagem, seja financeira ou de bem-estar e conforto. Um bom exemplo de endividamento saudável é tomar crédito para ampliar, adquirir novos equipamentos ou aumentar o quadro de colaboradores de uma empresa.

Mas nem somente para obtenção de lucros serve o endividamento saudável. É possível, por exemplo, fazer uma reforma ou decorar um imóvel, utilizando o valor de um empréstimo para isso. Essas melhorias no imóvel valorizam o patrimônio.

 

 

Dica para empresários

Uma dica valiosa para empresários: se puder evitar, não fique dependente de capital de terceiros. Saber a hora de tomar investimentos, empréstimos ou financiamentos é importante para o desenvolvimento saudável da empresa. Se a empresa não está gerando lucro e operando com receita própria, é preciso rever a administração ou estará fadada a quebrar.

Adquirir esse capital de terceiros por meios de empréstimos para consolidar dívidas mais caras e pagando menos juros, é um exemplo de uso inteligente de crédito.

No entanto, é importante que todas as opções de empréstimo disponíveis sejam avaliadas, que essa tomada de crédito seja planejada e as condições negociadas.

 

 

Empréstimos, lucro e adequação de preços

Para explicar melhor, vamos utilizar um exemplo prático: imagine uma empresária, dona de uma pequena confecção de roupas que precisa comprar novas máquinas e planeja tomar crédito para isso.

Para absorver as parcelas do empréstimo, será preciso adequar as estratégias de vendas. Não ajustar os preços pode ser um risco, pois a margem de lucro irá diminuir e isso causará problemas.

Porém, é preciso ser justo na adequação de preços, valores que sobem demais de um dia para o outro nunca são bem recebidos pelo consumidor e isso pode ser um grande problema para a empresa.

É indispensável considerar o custo da dívida a longo prazo, calcular o crescimento esperado de lucro e observar o impacto da dívida no fluxo de caixa.

 

 

Controlando o endividamento empresarial

Para manter o endividamento sob controle, é preciso organização. Comece listando todos os credores, valor de parcela mensal, prazos de pagamento e saldo devedor. Esses são os pontos mais importantes.

O segundo passo é analisar as dívidas e identificar as que têm taxas de juros mais altas ou que tenham parcelas mensais de maior valor e por isso comprometa muito do orçamento mensal. Vale considerar trocar essas dívidas por empréstimos com taxas mais baixas e prazos de pagamento mais longos, para manter as parcelas dentro da capacidade de pagamento da empresa.

O Sebrae/SP disponibiliza um material completo para ajudar empresas a sair do endividamento.

 

 

Índice de Endividamento Geral (EG) e Composição do Endividamento (CE)

Os cálculos para identificar o endividamento de uma empresa são o Índice de Endividamento Geral (EG) e a Composição do Endividamento (CE).

Para calcular o Índice de Endividamento Geral (EG), é preciso separar os ativos e passivos da empresa, de curto e longo prazo. Considere como passivos também os empréstimos que a empresa possui. Utilizamos o capital de terceiros, ou seja, os passivos de curto e de longo prazo e dividimos pelo total de ativos da empresa. Para chegar ao valor percentual, multiplique o resultado por 100.

Exemplo:

Ativos: R$ 100.000,00
Passivos (curto e longo prazo): R$ 65.000,00

Assim:
EG = (65.000/100.000) x 100
EG = 65%

Ter um EG alto pode não ser positivo, porém, aja com cautela. É preciso fazer uma análise dentro de um contexto. Observando apenas as finanças, uma empresa com EG alto tem uma dependência maior de capital de terceiros. Porém, é preciso sempre cruzar outros dados com o EG para obter uma análise completa.

Já a Composição do Endividamento é um cálculo para descobrir a como está constituída a sua dívida a curto ou longo prazo. Considerando os mesmos R$ 65 mil de passivos do exemplo acima, divido da seguinte maneira:

Curto prazo: R$ 15.000
Longo prazo: R$ 50.000

Para calcular, usamos a seguinte fórmula:
CE = [Passivo de curto prazo / (Passivo de longo prazo + Passivo de curto prazo)] x 100

Logo:
CE = [15.000 / (50.000 + 15.000)] x 100
CE = 23,07%

Ou seja, 23,07% das dívidas são de curto prazo e 76,93% são de longo prazo.

Novamente, o que importa aqui é um resultado menor. Isso indica um prazo maior para quitar suas dívidas, já que a maioria são de longo prazo.

Dessa forma, demonstramos que o endividamento saudável é real e o planejamento é a chave para o alcançá-lo. O mais importante é entender quando obter capital de terceiros e em quais condições contratá-lo.

Salientando ainda que aqui, não estamos tratando de crédito para reerguer uma empresa. Para isso é necessário outro tipo de avaliação.